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Viajar na velocidade da luz
- Heraldo Palmeira
A exploração do Sistema Solar deverá levar a humanidade a encontrar materiais e recursos capazes de mudar o próprio conceito de escassez, inclusive porque já se tem conhecimento da existência de enormes jazidas minerais vagando pelo espaço. Para seguir adiante, será necessário avançar em busca de tecnologias ainda desconhecidas, como o famoso motor de dobra espacial (warp drive), propulsão mais rápida que a luz, mas ainda restrita à ficção científica – na teoria, contrai o espaço à frente da nave espacial e o expande logo atrás como forma de encurtar grandes distâncias, algo visto no universo ficcional de Star Trek.
Quem sabe, inspirada pela fala do personagem Jean-Luc Picard (papel do ator inglês Patrick Stewart) capitão da nave Enterprise, “As coisas só são impossíveis até que não sejam”, a SpaceX, empresa de alta tecnologia do bilionário Elon Musk, entrou de cabeça rumo ao espaço. Por meio do Limitless Space Institute (LSI), sua afiliada, tem trabalhado para tornar realidade a viagem humana a outros sistemas planetários.
Tudo isso se traduz em dobrar o espaço-tempo, para que seja possível percorrer grandes distâncias no espaço em pouco tempo. A própria física ainda impõe muitas limitações. A Teoria da Relatividade publicada por Albert Einstein em 1905 – a partir do trabalho anterior de outros cientistas –, afirma que nada é capaz de viajar mais rápido que a velocidade da luz no vácuo (299.792.458 metros/segundo). Ou seja, quase 300 mil km/segundo seria o limite de velocidade universal, representado pelo que a luz atinge quando se desloca pelo vazio do cosmos.
O grande objetivo da LSI – fundada em 2020 por Harold White (físico e ex-pesquisador da NASA) e Brian Kelly (astronauta aposentado da agência) – é levar a exploração espacial além do Sistema Solar. E o prazo dessa aventura já foi estabelecido: até o fim do século 21. Neste momento, não faltam investimentos e “gente do ramo” na empreitada. Além de figuras respeitadas no ambiente espacial, oriundas da NASA e de empresas de ponta do setor para compor o Conselho de Administração da LSI, o programa de bolsas de estudos prevê aporte anual de US$ 90 milhões (R$ 467,1 milhões).
Segundo White, as tecnologias atuais, como propulsão química, tornam impossível realizar missões de longa distância em tempos adequados, o que exige pensar além dos limites atuais impostos pela física.
Até aqui, os cientistas da LSI avançaram nas pesquisas para desenvolver um motor de dobra capaz de modificar a lógica conhecida de espaço-tempo. Pela frente, o desconhecido de criar o que é chamado de “matéria exótica” – apresenta propriedades que violam as leis da física –, adequada para construir a tecnologia exigida pelo projeto. O caminho passa por “inspirar e educar a próxima geração a viajar além do nosso Sistema Solar e apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias capacitadoras”, explica White.
Saiba mais
https://museuweg.net/blog/por-que-nada-pode-viajar-mais-depressa-que-a-luz/